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segunda-feira, 16 de abril de 2012

Ise Jingu, Templo de Amatherasu Ookami, visitado em 16/04/2012


Com o firme propósito de percorrer os Templos e lugares sagrados que Meishu Sama visitou, o Reverendo esteve hoje (16/04/2012) na cidade de Ise, localizada, aproximadamente, a 400 km da cidade de Odawara (sede do nosso Templo no Japão). Fomos ao Ise Jingu, um santuário considerado o mais nobre do Japão, tido como “a casa espiritual do povo japonês”. Esse local sagrado possui 125 Templos Xintoístas, incluindo o Kotaijingu (Naiku), Templo Xintoísta dedicado a Amatherasu Ookami, considerada a divindade ancestral da família imperial e tida como o "Deus Solar".

A história do Japão antigo fundamenta-se em aspectos mitológicos, publicados no Kojiki (livro de mitologia mais antigo do Japão), que fazem referência à existência de um casal de divindades: Izanagi e Izanami, que gerou filhos, uma menina, Amatherasu Ookami, e um menino, Kansusanoo no Mikoto. Kansusanoo foi designado governante da Coreia, ao passo que o governo do Japão teria ficado a cargo de Amatherasu que, segundo consta, gerou um menino, denominado “Hiruko no Mikoto”. Mas, de acordo com os escritos de Meishu Sama publicados no livro Formação do Povo Japonês do Ponto de Vista Espiritual, existe uma parte oculta dessa história que não fica esclarecida no Kojiki, já que foi revelada a Meishu Sama pelo próprio Kannon. Trata-se da seguinte informação: Izanagi e Izanami teriam tido, na verdade, cinco filhos: o primogênito seria Izunome no Ookami; o segundo filho,  Amatherasu Sume Ookami; o terceiro seria uma mulher, Amatherasu Ookami; o quarto filho seria Tsukiyomi no Mikoto e o último filho seria Kansusanoo no Mikoto. Outro fato relevante que também não consta nos escritos oficiais é que, após a invasão do Japão pela Coreia, chefiada por Susanoo no Mikoto, Izunome no Ookami (Kanzeon Bosatsu) teria fugido para a Índia, onde foi o precursor do Budismo. Nesse local, recebe o nome de "Kannon" e, no Japão, ficou conhecido como Izunome no Kami.

Entrada do Ise Jingu, complexo Xintoísta composto por 125 Templos

A seguir, alguns dos vários portais que percorremos até chegar ao Templo de Amatherasu:






Aqui, as árvores são tratadas uma a uma, com muito zelo e carinho, por profissionais especializados:

 










Sobre Amatherasu Ookami, Meishu Sama escreveu o seguinte em um de seus Ensinamentos:

"Com base na mitologia japonesa, sabe-se que a mais alta hierarquia divina cultuada no Japão é Amatherasu Ookami, e até hoje existe a crença de que tal divindade ainda está presente, em espírito, no Templo de Ise. São várias as versões existentes sobre Amatherasu Ookami, porém a mais confiável é a seguinte: tal divindade teria permanecido em lugar denominado “Tanba no Kuni Motoise”, local de onde, há uns mil e cem anos, teria sido transferida para Yamada no Ise, localidade em que se encontraria até hoje. Segundo tal versão, quando a imagem de Amatherasu Ookami estava sendo carregada num palanquim por algumas pessoas para ser transferida do local onde se encontrava, tornou-se extremamente pesada, no exato momento em que deveria fazer a travessia do Rio Isuzu. E como não houve meios de conseguir continuar a transportá-la, ficou decidido que ela deveria permanecer no Templo de Tanba, local de onde foi feita a tentativa de se removê-la. Nessa ocasião, uma rocha de mais ou menos uns 10m2 teria caído à beira do riacho que passa bem atrás do Templo de Isu, permanecendo “sentada” aí até hoje. Justamente por isso, passou a ser conhecida por Gozaseki (a pedra que sentou), já que esse acontecimento, na época, foi interpretado como o próprio desejo de Amatherasu Ookami em permanecer no Templo Tanba. Ao lado da rocha denominada “Gozaseki”, existe uma caverna relativamente grande, conhecida como “Iwato”. No ano passado, inclusive, por ocasião de uma visita que fiz a Motoise, tive a oportunidade de conhecer pessoalmente essa pedra”. (Meishu Sama)

Chegamos à entrada do local mais importante da nossa visita: o Altar de Amatherasu Ookami. Estas escadas levam-nos ao portal que dá acesso ao Templo de Amatherasu, o Deus Solar.


Como podemos observar, a construção é bastante simples, apenas uma estrutura de madeira coberta com telhado de palha. Atrás desta construção tem um outro santuário, cercado por 5 colunas de madeira, onde está a imagem de Amatherasu Ookami, que na verdade é um espelho.




Uma característica muito interessante é que a cada 20 anos, toda a construção é demolida e reconstruída em seguida, esse ritual ocorre desde o ano 690 d.C. A próxima renovação está prevista para 2013.











Nesse santuário, a divindade é a própria natureza... As construções ficam em segundo plano. O destaque é para natureza exuberante, que fala por si só.









Aqui está mais um pequeno templo Xintoísta que pertence ao complexo Ise Jingu, a construção de madeira é suspensa e podemos observar a simplicidade de sua estrutura. O estilo do telhado se repete em todos os pequenos santuários desse local.











Para encerrar nossa visita, uma sequência de fotos do lago de carpas do complexo Ise Jingu:













Fim.

3 comentários:

  1. Quanta beleza!... Nossas almas transbordam de alegria e exultação diante dessas paisagens! Quão privilegiados são aqueles que têm a oportunidade de apreciar de perto tanta beleza, e caminhar tranquilamente por esses jardins!
    Se numa época tão encrudescida como esta que estamos vivenciando, quase já não é possível captar o sentido da palavra "delicadeza", apreciando este local ainda que de longe e através de imagens, seu verdadeiro significado ficou perfeitamente claro para mim!

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    1. Sonia, seu comentario nos emocionou profundamente. Ficamos muito felizes com a oportunidade de poder compartilhar esses momentos de rara beleza que o Japão tem para nos oferecer. Obrigada

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  2. Achei isso mto interessante: (...) a mais alta hierarquia divina cultuada no Japão é Amatherasu Ookami (...) a imagem de Amatherasu Ookami, que na verdade é um espelho (...)

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