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segunda-feira, 23 de abril de 2012

Kameoka: atual sede da Oomoto, visitada em 21/04/2012


  • Relação de Meishu Sama com a Religião Oomoto


Com base na matéria que publicamos anteriormente (Ayabe: primeira sede da Oomoto), a Religião Oomoto exerceu um papel fundamental sobre Meishu Sama, que sempre destacou em seus Ensinamentos trechos e citações do Ofudesaki (livro psicografado por Nao Deguchi), que revela orientações recebidas diretamente de Kunitokotachi no Mikoto (Deus ancestral da humanidade). Meishu Sama explicou que:

“A primeira manifestação de Kunitokotachi diz que, após seu espírito ter ficado três mil anos impedido de agir no plano material (tempo esse chamado de "mundo das trevas"), Ushitora no Konjin Kunitokotachi no Mikoto teria se manifestado, em 1892, através de Nao Deguchi, fundadora da Oomoto, fazendo-a gritar em altos brados que "a flor de ume, de repente, se abria nas três dimensões do Universo, pois havia chegado o Mundo de Ushitora, o Deus justo do Nordeste". Aos gritos, Nao Deguchi continuava anunciando estar surgindo um Mundo Divino, exatamente no momento em que brotava a flor de ume, e que seria governado pelo pinheiro, simbolizando ambos (ume e pinheiro) o estabelecimento de uma vida estável, sem perturbações, após anos intermináveis de confusões e incertezas. Depois dessas primeiras revelações, Nao Deguchi foi levada pela polícia como "louca", tendo ficado presa durante aproximadamente uns trinta dias. Apesar disso, mesmo assim, a Religião Oomoto teve início”.

  • Meishu Sama também explicou a relação entre Kunitokotachi e Kannon

"Kunitokotachi é extremamente justo e reto. Não permite erro algum. Há muitos anos, nasceu como ser humano. Após a sua morte, tornou-se Enma Daioo, passando a ser, no Mundo Espiritual, o juiz dos mortos. Muito rigoroso, mas sempre visando à salvação de todos os espíritos, eliminava-lhes as impurezas, tirando-os, dessa forma, do inferno. Depois de algum tempo, nasceu no mundo físico como Kannon. A partir daí, passou a realizar o trabalho de salvação com infinita misericórdia. Sem nunca fazer distinção entre Bem e Mal, jamais censura os pecados de ninguém. É por essa razão, inclusive, que os seguidores de Kannon não devem criticar os erros dos outros.” (Meishu Sama)

  • Visita a Kameoka (atual sede administrativa e missionária da Oomoto)


No dia 21 de abril de 2012, fomos a Kameoka visitar a atual sede da Oomoto. Lá fomos gentilmente recebidos pelo Sr. Mitsuharo Sato, uns dos administradores do local, que nos acompanhou por toda a área. Um dado interessante é que o terreno da atual sede da Oomoto, adquirido em 1919, na verdade, era um castelo que pertencia ao senhor feudal de nome Mitsuhide Akechi. Tal castelo foi totalmente destruído pelo Governo Meiji, em 1873, mas até hoje uma árvore daquela época permanece preservada, mantida com a maior reverência e destaque. O Templo em Kameoka possui um acervo, que conta a história do lugar, com fotos de antes e depois da destruição, bem como uma maquete do castelo original, com todos os detalhes de sua destruição pelo Estado, que se utilizou de uma quantidade enorme de dinamite para implodi-lo.

Tal qual encontramos em Ayabe, Kameoka também se destaca por sua enigmática área verde, cuidadosamente preservada cuja história é contada através de uma árvore, uma pedra, partes de estátuas que foram danificadas e pedaços de madeira. Assim como em Ayabe, observa-se também em Kameoka um forte animismo.

  • Os locais simbólicos de Kameoka


Ao longo da nossa caminhada pelos jardins de Kameoka, pudemos conhecer alguns de seus lugares místicos, cuidadosamente zelados pelos responsáveis do Templo.

Santuário dedicado a todos os missionários da Oomoto já falecidos. O nome de Meishu Sama está entre eles
Pedra com poema da Fundadora, escrito em kanji cursivo
Pedra com as inscrições "Ten on Kyo", que significa "Local da Graça do Céu", o nome místico dado a Kameoka
Esse local foi totalmente reconstruído com as pedras remanescentes da destruição de 1935


Essa placa de pedra conta a história da árvore plantada pelo senhor feudal Mitsuhide Akechi.
A árvore recebeu o nome de "Ichio" 
Essa pedra, preservada da destruição do castelo, guarda em si o misticismo de que a parturiente, ao passar a mão nela, terá um parto auspicioso
Essa pedra se destacava por apresentar, naturalmente, o formato de pé humano. Na perseguição de 1935, foi danificada, mas mesmo assim, ainda é conservada como algo de extremo simbolismo

Nesse local, onde estão as pedras sobrepostas havia um altar,  denominado "Mizuno mi tama" (Alma da Água), em homenagem à Fundadora da Oomoto,  Nao Deguchi. Esse local, em sua forma original, foi totalmente destruído na perseguição sofrida em 1935.

  • Os jardins de Kameoka: um santuário dedicado à Natureza






































  • A Sede


Templo Principal, denominado "Bansho-den"


Palco do Teatro Noh

Local para aprimoramento e estudos

  • O castelo

Kameoka: maquete do Castelo destruído em 1873. Hoje ocupa a área pertencente a Oomoto.

Senhor feudal Mitshuhide Akechi, originalmente proprietário do castelo
Região do Castelo antes da destruição. No destaque, em vermelho, a árvore remanescente, original da época

Região do castelo após a destruição. Em destaque a árvore remanescente, original da época do castelo


Nota: Leia também as matérias publicadas na sequência que, juntas, completam nossa visita realizada à Oomoto. São elas: Ayabe: primeira sede da Oomoto, visitada em 20 de abril de 2012 e Oomoto: Arte e Religião, que trata sobre as inúmeras vertentes artísticas desenvolvidas pelo segundo líder espiritual da Oomoto, Onisaburo Deguchi, e de sua relação com Meishu Sama.


Fim.

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